A
Arquidiocese do Rio está se desfazendo de parte do patrimônio da Igreja
Católica para tentar saldar a dívida deixada pela Jornada Mundial da Juventude.
Um
prédio em São Cristóvão, bairro da zona norte da cidade, está sendo vendido
para a Rede D'Or de hospitais por R$ 46 milhões. No imóvel funciona, desde
2001, o hospital Quinta D'Or.
O
prédio pertence à Casa do Pobre de Nossa Senhora de Copacabana, entidade ligada
à igreja. Estava alugado à Rede D'Or desde a inauguração do hospital. A
reportagem é de Cristina Grillo e Fábio Brisolla e publicada pelo jornal Folha
de S. Paulo, 25-08-2013.
Com
o fim da Jornada, em 28 de julho, o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta,
procurou empresários para conversar, em busca de uma solução para a dívida -
cujo montante não foi revelado.
Uma
das ideias que surgiram dessas conversas foi a venda do prédio onde, até os
anos 80, funcionou o Hospital São Francisco de Paula, da Ordem de São Francisco
dos Mínimos.
Há
duas semanas, foi assinada uma escritura de promessa de compra e venda entre a
Casa do Pobre de Nossa Senhora de Copacabana e a Rede D'Or.
Procurado
pela Folha, o vice-presidente do comitê organizador da Jornada, dom Paulo Cezar
Costa, hesitou em dar detalhes sobre a negociação. "Isso não está
totalmente concretizado."
Mas
o bispo reconheceu que está sendo feito um levantamento dos imóveis da igreja
que poderão ser usados para quitar as dívidas.
"Não
pensamos em vender muitos imóveis, até porque nem temos muitos imóveis para
vender." A direção da Rede D'Or confirmou à Folha a compra do prédio.
Pouco
antes do início da Jornada Mundial da Juventude, o comitê organizador estimou
que o custo do encontro internacional de jovens católicos, que teve a presença
do papa Francisco, pudesse custar até R$ 350 milhões, dos quais pouco mais de
R$ 100 milhões viriam dos governos federal, estadual e municipal.
Segundo
a igreja, a principal fonte de receita da Jornada estaria nas inscrições de 427
mil peregrinos, que pagaram entre R$ 100 e R$ 600 para ter direito a pacotes
que incluíam alimentação, transporte e hospedagem.
A
Arquidiocese do Rio, no entanto, não informa qual foi o valor arrecadado. "Ainda
vai levar algum tempo para chegar aos números definitivos da Jornada",
disse dom Paulo Cezar.
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