Papa falou sobre os jovens e lembrou ida
à cidade, em conferência de 2007.
Milhares acompanharam missa no Santuário Nacional, no interior de SP.
Leia
a íntegra do discurso a seguir:
"Venerados irmãos no episcopado e
sacerdócio, queridos irmãos e irmãs!
(Quarta-feira,
24 de julho de 2013)
Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério.
Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.
Encorajemos a generosidade que caracteriza
os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da
construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a
sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam
propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a
memória de um povo"
Papa Francisco
Queria dizer-lhes, primeiramente, uma
coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a 5ª
Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me
conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os bispos – que trabalharam
sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados,
acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que
vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi
um grande momento de vida de Igreja.
E, de fato, pode-se dizer que o
Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos
Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A
Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos
Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a
Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.
Assim, de cara à Jornada Mundial da
Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da
casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores
do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores
que farão deles construtores de um país e de um mundo mais justo, solidário e
fraterno.
Para tal, gostaria de chamar atenção
para três simples posturas: conservar a esperança; deixar-se surpreender por
Deus; viver na alegria.
Conservar a esperança: A segunda leitura
da missa apresenta uma cena dramática: uma mulher, figura de Maria e da Igreja,
sendo perseguida por um dragão – o diabo – que quer lhe devorar o filho. A
cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho
a salvo.
Quantas dificuldades na vida de cada um,
no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer,
Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia
aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por
viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no
coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados!
Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar a esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer.
Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade.
Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar a esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer.
Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade.
Encorajemos a generosidade que
caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem
protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para
a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo
que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração
espiritual de um povo, a memória de um povo.
Neste santuário, que faz parte da
memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade,
solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que
encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.
A segunda postura: Deixar-se surpreender
por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos
dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A
história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia
sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Paraíba, encontram algo
inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Quem poderia imaginar que o lugar de uma
pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se
sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no
Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos
deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos
em Deus!
Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho
da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele,
aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se
transforma em vinho novo de amizade com Ele.
A terceira postura: Viver na alegria.
Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo
vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos
deixar de ser testemunhas dessa alegria.
O cristão é alegre, nunca está triste.
Deus nos acompanha. Temos uma mãe que sempre intercede pela vida dos seus
filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura. Jesus nos mostrou que
a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados.
O cristão não pode ser pessimista! Não
pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos
verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso
coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso
lado. Como dizia Bento XVI, aqui, neste santuário: “o discípulo sabe que sem
Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro”.
Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ele nos pede: “Fazei o que Ele vos disser”. Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja."
Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ele nos pede: “Fazei o que Ele vos disser”. Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja."
Fonte:
http://g1.globo.com
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