A freira argentina de clausura Lucía
Caram, que vive em um convento na Catalunha, acusou o governo da Espanha de
pressionar o Vaticano para calá-la por causa de seu ativismo.
Nascida em Tucumán, em 1966, a monja
pertence a uma ordem dominicana contemplativa fundada em 1206 por São Domingos
de Gusmão com o objetivo de orar em silêncio e evangelizar. Ela reside há 20
anos no convento de Santa Clara de Manresa, nos arredores de Barcelona.
No entanto, sua constante exposição
midiática, inclusive em um programa culinário na televisão espanhola, irritou a
Santa Sé, que a convocou para uma reunião na última quinta-feira (14), no
Vaticano, com o secretário da Congregação para os Institutos da Vida
Consagrada, José Rodríguez Carballo.
Na ocasião, o frade disse que Caram
precisa abandonar a vida em clausura se quiser manter sua intensa atividade
pública. Mais tarde, a freira afirmou à imprensa local que seu discurso social
"incomoda o governo" de Mariano Rajoy, a quem acusou de ter
pressionado o Vaticano.
Uma das causas defendidas pela religiosa
é a independência da Catalunha e, apesar do ultimato, ela participou nesta
quarta (20) de um ato de campanha ao lado do presidente da região autônoma,
Artur Mas, em vista das eleições municipais do próximo domingo (24).
Há alguns meses, ela também criticou o
aumento das barreiras entre Marrocos e Melilla (enclave espanhol no norte da
África) implantado por Rajoy para dificultar a entrada de imigrantes ilegais no
país.
"O governo se queixou junto à
Nunciatura e o núncio [Renzo Fratini] enviou uma carta convidando minha
comunidade a me calar", disse a monja. Segundo o jornal catalão "La
Vanguardia", o caso pode até levar ao fechamento do convento de Santa
Clara e à transferência de suas ocupantes para outras instituições.
Fonte:
http://noticias.uol.com.br
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