Dom Roberto Francisco Ferreria Paz. Bispo
de Campos (RJ)
Neste
Domingo nos deparamos com o ensinamento que o Mestre Divino ministra no
Evangelho de São Lucas. Na parábola do juiz iníquo são nos apresentadas no
exemplo da viúva injustiçada as características da oração que chega ao Pai:
perseverante, confiante, grito de justiça, humilde e voltada para o Reino.
Neste ano da fé é importante salientar que a oração é a respiração da alma,
nossa energia espiritual, fonte de inspirações, e comunhão com Deus.
Por
isso Jesus levanta a pergunta: "e o Filho do Homem encontrará fé, quando
Ele voltar?" A fé não é um pressuposto precisa ser irrigada diariamente
com oração e entrega, oração que leve a conversão e mudanças de vida, pois se
ela não transforma as grandes decisões e rumos do nosso projeto ela é mais um
desabafo sentimental ou subjetivo que verdadeiro encontro com Deus. Por outra
parte a oração autenticamente cristã nos conduz a pratica da justiça e a
missão. A Bíblia que é um genuíno manual de espiritualidade e oração, não
apresenta nenhum caso de pessoa que Deus tenha chamado e comunicado sua santa
vontade que não tenha se tornado instrumento e mediador de uma missão em
relação ao seu povo.
A
oração muda o nosso olhar, amplia a nossa visão, nos faz enxergar a miséria, o
sofrimento, a injustiça em rostos bem concretos e próximos, e nos faz agir com
o coração, a mente e as mãos, iluminando nossos pés na caminhada. A experiência
orante vai até as raízes mais profundas do ser alcançando e tocando a nossa
interioridade, curando e libertando de feridas, mágoas, ressentimentos e
machucados, que nos tiram a alegria e paixão de viver, roubando-nos a
esperança, a paz e a serenidade que brota da certeza da fé na nossa filiação
divina.
Finalmente,
lembrando o tema deste mês missionário: juventude e missão, nossa oração deve
ser tornar jovial, isto é, sincera, espontânea, filial, consciente e amorosa. O
que agrada a Deus é a ternura, inocência e transparência dos pequeninos que
dialogam com Ele a partir da vida, das fragilidades e das limitações próprias
da nossa condição humana. Que sejamos missionários da oração, e orantes na
missão como Maria Santíssima. Deus seja louvado!
Nenhum comentário:
Postar um comentário