Missa Santa Marta: Parábola do rico opulento foi tema da homilia do Papa. (Lc
16, 19-31)
Cidade
do Vaticano (RV) – Na manhã desta quinta-feira (05/03), o Papa celebrou a
Missa na Casa Santa Marta. Em sua homilia, comentando a
parábola do rico opulento, o Papa observou que não se tratava de um homem mau,
“talvez fosse um homem religioso, a seu modo. Rezava, ia ao templo, oferecia
sacrifícios e ofertas aos sacerdotes, que lhe davam um lugar de honra para se
sentar”. Mas não percebia que à sua porta havia um pobre mendicante, Lázaro,
faminto, cheio de chagas, “símbolo das muitas necessidades que tinha”. O Papa
explica a situação do homem rico:
“Quando
saía de casa, eh não … talvez o carro
com o qual saia tinha os vidros escuros para não ver o lado de fora...
talvez, mas não sei... Mas certamente, sim, a sua alma, os olhos da sua alma
estavam ofuscados para não ver. Somente via dentro de sua vida, e não percebia
o que tinha acontecido a este homem, que não era mau: estava doente. Doente de
mundanidade. E a mundanidade transforma as almas, faz perder a consciência da
realidade: vivem num mundo artificial, feito por eles... A mundanidade
anestesia a alma. E por isso, este homem mundano não era capaz de ver a
realidade”.
E a
realidade é a de tantos pobres que vivem ao nosso redor:
“Muitas
pessoas que levam a vida de maneira difícil, de modo difícil; mas se eu tenho o coração mundano, jamais
entenderei isso. Com o coração mundano não se pode entender a necessidade dos outros. Com o coração mundano pode-se frequentar a igreja,
pode-se rezar, fazer tantas coisas. Mas Jesus, na Última Ceia, na oração ao
Pai, o que pediu? ‘Mas, por favor, Pai, proteja esses discípulos para que não
caiam no mundo, não caiam na mundaneidade.’ É um pecado sutil, é mais que um
pecado: foi um pecador da alma”.
Nestas
duas estórias – afirma o Papa – há duas máximas: uma maldição para o homem que
confia no mundo e uma benção para quem confia no Senhor. Ohomem rico afasta seu coração de Deus:
‘sua alma é deserta’, uma ‘terra salobra em que ninguém reside’ ‘porque os
mundanos, na verdade, estão sós com o seu egoísmo’.
Seu coração está adoentado, tão apegado a este modo de viver mundano que dificilmente podia se curar. Além disso – acrescenta o Papa – enquanto o pobre tem um nome, Lázaro, o rico, não o tem: “não tinha nome, porque os mundanos perdem o nome. São somente um, na multidão de ricos que não precisam de nada”.
Seu coração está adoentado, tão apegado a este modo de viver mundano que dificilmente podia se curar. Além disso – acrescenta o Papa – enquanto o pobre tem um nome, Lázaro, o rico, não o tem: “não tinha nome, porque os mundanos perdem o nome. São somente um, na multidão de ricos que não precisam de nada”.
E
referindo-se ao pedido do homem rico, já nos tormentos do inferno, para que se envie
alguém para advertir seus familiares ainda vivos - e Abraão responde que se não
ouvirem Moisés e os Profetas, não seriam persuadidos nem mesmo se alguém
ressurgisse dos mortos - o Papa afirma: os mundanos querem manifestações
extraordinárias, mas “na Igreja tudo é claro, Jesus falou claramente: aquele é
o caminho. E no fim, uma palavra de consolo:
“Quando
aquele pobre homem mundano, nos tormentos, pede que seja enviado Lázaro com um pouco de água para ajuda-lo, como responde
Abraão? Abraão é a figura de Deus, o Pai. Como responde? ‘Filho, lembre-se...
Os mundanos perderam o nome. E nós também, se tivermos o coração mundano,
perderemos o nome!. Mas não somos órfãos. Até o fim, até o último momento, existe
a segurança que temos um Pai que nos espera. Entreguemo-nos a Ele. Ele nos diz
‘Filho’, em meio àquela mundanidade. Não somos órfãos”
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