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terça-feira, 26 de março de 2013

As religiosas e Francisco

             Elas são as "irmãs" norte-americanas que aderem à Leadership Conference of Women Religious, a associação que reúne 57 mil religiosas, ou 80% das irmãs católicas dos EUA. "Eu tenho uma grande esperança no novo pontífice", confessa Nancy Silvester, irmã do Imaculado Coração de Maria, observando que há "sinais positivos, como a sua atenção pelos pobres e a sua compaixão". Sinais de que ele pode ser "um papa mais empático". A nota é de Giacomo Galeazzi, publicada no blog Oltretevere, 22-03-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Elas foram postas "sob observação" por parte de algumas comissões do Vaticano por causa da sua abertura sobre questões como o aborto e a homossexualidade. E elas estão na mira da Congregação para a Doutrina da Fé desde 2009 por causa de "excessivo compromisso com questões de justiça social" que as teria afastado de dogmas considerados cruciais pela Igreja de Roma.

Agora, as irmãs norte-americanas esperam que o Papa Francisco, o primeiro pontífice jesuíta, seja portador de um novo rumo também para elas. O próprio arcebispo de Nova York, o cardeal Timothy Dolan, defendeu que o Papa Francisco trará um "novo frescor" para abordar aqueles pontos delicados que muitas vezes viu as irmãs norte-americanas e o Vaticano em posições contrastantes.

Mas "é muito cedo para dizer se ele usará uma mão mais leve" com relação à conferência das irmãs dos EUA. "Eu penso – acrescentou Dolan – que a mensagem do pontífice será: não tenham medo, falemos abertamente, estejamos todos no mesmo caminho juntos e que possamos aprender uns com os outros".

O fato é que o Vaticano lançou uma profunda reforma da Leadership Conference of Women Religious depois de ter decretado que as irmãs haviam tomado posições em desacordo com a Igreja sobre questões como a homossexualidade, o celibato. E promovendo "visões feministas radicais incompatíveis com o catolicismo".

O arcebispo de Seattle, Peter Sartain, e outros dois prelados norte-americanos estão reescrevendo o estatuto da Conferência, de modo a assegurar que o grupo siga fielmente as indicações da Igreja de Roma.

Permanece firme, porém, o protesto das irmãs, que defendem que o Vaticano "chegou a conclusões equivocadas com base em acusações não comprovadas". Quem expressa um otimismo cauteloso com relação a um novo curso é agora a Ir. Simone Campbell, diretora do Network, um grupo de irmãs norte-americanas que lutam particularmente pela justiça social: "É um momento de expectativa sobre o que o Papa Francisco irá fazer. Certamente, um pontífice que conhece a vida nas ordens religiosas como ele pode fazer uma grande diferença".


 

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